sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O ruido paralelo que a elite carioca começa a descobrir

Quinta – feira, 19 de setembro de 2007. São 22 horas, o até então encontro de “marginais” retratados nas mentes elitistas da classe média carioca está acontecendo em algum lugar do morro. Nada de novo se o principal fator de desagravo no barracão onde Tati Quebra Barraco se apresenta não se encontrasse uma elite ávida pelo novo som que desceu o morro e invadiu as praias, bares e iates para tristeza da conservadora elite da antiga capital do Brasil.
O novo som contagiante sai do imaginário critico, e invade as ruas, do Leblon há Lapa. E como se o berço da boemia nunca tivesse existido. Esse é o retrato feito pelo olhar criterioso de Denise Garcia. A diretora do documentário “Sou feia, mas to na moda”, que traz a voz expoente da cultura de rua, não poucas vezes taxadas de vulgar ou de baixa qualidade, mostrando o outro lado do morro carioca.
A falta de uma conexão com o morro, sempre atrelado ao que não presta na cidade maravilhosa, tantas vezes cantado nas vozes dos poetas, ou na Sapucaí que já distante da comunidade, abre espaço para se criar um poder paralelo. Poder que desceu o morro muito antes da arte e do protesto não poucas vezes apresentados nas letras de rap(s), Funk(s) e dos poemas não menos importantes do também carioca Chico Buarque de Holanda, letras que poucas vezes sobem o morro, mas são sentidas ao caminhar na Orla ou na castigada e poluída Lagoa Rodrigo de Freitas.
Sobre o rico olhar dos barracões do samba, agora já longe de seu povo, o poder paralelo se sobressai sobre o Estado, que de tão pequeno hoje nem mais se faz presente. Mas o estado militar chega rápido, sobre a instituição das chacinas, das guerras do tráfico, da polícia militar ou do exercito, avesso aos direitos humanos.
A voz que ecoa do bom documentário de Denise, deveria fazer com que os “burrocatras do estado elefante”, repensassem suas atitudes e seus meios para chegar ao já tão sofrido povo, excluído de direitos e meios. Cabral terá um longo trabalho para retratar o estado desorientado que se proliferou nos becos e guetos do morro, que fazem de crianças soldados do trafico, e de meninas, mulheres usadas nós bailes como isca para aliciamento e viciamento na eterna guerra do trafico com o estado.
Enquanto nada ocorre, o baile fank ecoa no morro e vai continuar a ocupar uma grande faixa da maravilhosa cidade do medo. A linha vermelha já cheia de sangue e os morros marcados de tiros. Longe do planalto central onde o clube de amigos absolve Renan, e nada sentem, pois os tiros que abalam os barracos e as mortes ocorridas nos morros e na cidade estão longe de sua realidade.
Este país se chama Brasil!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Política apresentada por gente que entende!

Qual o objetivo de um canal de discussão?
Na chegada ao século XX diante das necessidades aparentes que a humanidade apresentava em se comunicar nasce nós Estados Unidos à transmissão via TV. O que viria a ser mais tarde um salto qualitativo no modo em que o homem passa a se ver e se comunicar, ganhamos espaço, tempo, e transmitimos sentimentos e reações com precisão invejáveis para níveis anteriores, nunca imagináveis.
Os meios de comunicação ganham em amplitude, desempenho e qualidade, o homem em informação e entretenimento. Evolução só comparável à criação da prensa por Gutemberg no século XV, onde o mesmo transforma os meios de comunicação e a informação para seu tempo.
A internet é criada para servir como arma em plena guerra fria. Sua finalidade era a de criar um sistema de informações estratégicas, tornando-se um serviço de comunicação para os militares em caso de eclosão da guerra contra há antiga União Soviética. Mais tarde com o fim da Guerra Fria, o meio se tornar um canal de comunicação alternativo para troca de experiências e pesquisas na área de educação e pesquisa em algumas universidades americanas.
Sua popularização se dá ainda em meados do século XX nos Estados Unidos, servindo de canal ainda que restrito para a busca de informações e difusão de noticias. Com o passar do tempo o novo canal se torna interativo e informativo. A participação ganha espaço. Novos comandos e ferramentas vão se adicionando ao hoje imenso espaço de criação, informação e interatividade chamado internet.
Os blogs, fenômeno recente no vocabulário da internet torna-se ferramenta indispensável para o processo de evolução dos meios de comunicação e para a democracia como fator de bem estar social. O desenvolvimento e seu uso ainda engatinham dentro deste imenso e quase ilimitado mundo virtual, mas já colhe seus frutos, hoje tem prestado serviços em campanhas informativas, criticas, pensamentos e grupos de discussão... Muitos de qualidade duvidosa, é verdade. Mas existem canais sérios de troca de informações com base em textos publicados de forma “democrática e indiscriminada”.
Aos meros mortais, a internet tem servido como canal de transmissão de opinião, informação, discussão e interatividade como nunca visto antes. Claro que cabe ressalvas de que nem tudo que se vê, lê e ouve é verdade, mas canais de qualidade e independência existem. Blogs como o de Mino Carta da carta capital, Emir no site da carta maior, Renato Rovai no site da revista fórum, entre tantos outros... Trabalho de formiguinha? Sim. Mas os canais estão aí, podem e devem ser pesquisados, criticados e até aplaudidos quando possível!
Claro que a pergunta acima fica. A resposta devemos dar criando mais canais de discussão, independentes e coerentes com o que pede a sociedade e o momento em que vivemos!
A pergunta feita no primeiro paragrafo é o desafio a ser respondido. Qual será o objetivo de um canal de discussão?