segunda-feira, 1 de outubro de 2007

De goleada!

Quinta-feira, 27 de setembro de 2008.
As eleições marcadas para 28 de outubro á presidência Argentina, e suas províncias servirão como uma aula de democracia e percepção da história. Parentes de três vitimas da “Guerra Suja” dos militares argentinos entraram com o pedido de impugnação na justiça eleitoral do candidato a Província de Buenos Aires, Luis Patti. Ex-delegado de policia e torturador durante o período de sítio que viveu o país (1966-1983), acusado de ‘idoneidade moral’. Segundo acusação feita também por diversas ONG(s), e pelas Mães da Praça de Maio, conhecidas pela luta continua para saber onde estão seus filhos, militantes que lutavam contra os desmandos traçados pelos militares no país e que ocupam a anos a praça de maio na capital Federal a fim de saber o que ocorreu com eles.
Seja qual for a decisão da justiça eleitoral Argentina, o povo por meio da sociedade organizada acaba de dar uma aula de democracia e bom senso ao mundo, que diante das imagens de tortura, medo e repressão transmitida via Internet contra monges e civis em Mianmá simplesmente calaram-se. A ONU (Organização das Nações Unidas) por meio de seu conselho de Segurança aprovaram apenas um desagravo, limitando-se a dizer que a chacina iniciada deveria parar.
Mesmo que eventualmente Patti venha a ter direito de pleitear a vaga de governador da capital Porteña, não deve ser eleito. Sua derrota significaria a exclusão total de qualquer possibilidade dos militares ou governantes retornarem há uma triste época que destruiu o país, economicamente, politicamente e socialmente durante os 17 anos de seu regime, dos quais suas conseqüências são sentidas até hoje no país de Perón.
Primeiro de outubro de 2008. Senado e congresso parados, nada funciona com a desculpa que há a necessidade de se consultar ás bases, e mostrar o que esta se fazendo no Planalto central. Entre os ocupantes das cadeiras delineadas como o “Poder que emana do povo, em favor do povo”, estão ex-homens fortes da ditadura militar brasileira (1964-1984), que perdurou por 20 anos. E voltaram a mostrar força no senado durante absolvição do Senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Em uma clara sobreposição do pensamento do ‘POVO’, a absolvição do então presidente do senado federal Renan Calheiros soa como um retrocesso dentro do processo político brasileiro. Em meio a um congresso mergulhado na lama e um senado lotado por senhores eleitos por seus currais eleitorais, como em um clube de amigos onde todos trocam acusações, mas nunca as colocam a prova, a votação para cassação daquele que deveria ser o exemplo da casa (Senado), se faz secreta, com a desculpa de que existiria a necessidade de se fazer valer a decisão de colegas do Senado. Pois caso fosse aberto haveria interferência no seu resultado.
Mianmá país Asiatico, limitado a norte e nordeste pela China, acaba por refletir de certa forma, e guardada as devidas proporções, o estado e todo o descaso com que os políticos olham a seus PATRÕES. As chacinas realizadas diariamente nos grandes centros brasileiros, e as mortes na luta pela terra e direitos que deveriam estar a disposição da sociedade refletem como em um espelho, o ‘Poder’ as ‘Diretrizes’ e a 'Forma' que este é constituído. Diante de um estado intitulado democrático, temos o desprazer de ainda conviver com o passado presente na abordagem, e execução por parte de policiais militares e bandidos desprovidos de cultura ou oportunidades.
No país, que quem fica na prisão é pobre, e quem paga impostos e intitulado povão, o poder, palavra intitulada como capacidade ou possibilidade de agir ou mesmo produzir efeitos podendo estes produzidos por pessoas / indivíduos, ou mesmo grupos sociais dos quais mudam algo com base em pressão ou na forma de te-lo em suas mãos, ouve-se ainda como nos tempos dos generais, ‘você sabe com quem está falando’. Frase que nós mostra o quanto evoluído estamos em ralação ao passado recente, onde o estado e ditatorial e o regime de exceção. Mianmá servil para nós mostrar o quanto temos a caminhar antes de nós intitularmos, país democrático. E não será com base em eleições livres que seremos detentores deste celebre título, dado apenas a países onde a desigualdade social é noticia de terceiro mundo, mas sim a hora que tomarmos como exemplo os monges de Mianmá, e nossos vizinhos Porteños que lutam por um estado democrático e justo, mesmo que este seja produzido com base nos panelaços, realizados durante a crise financeira que assolou o país, ou tomando como base sua legislação produzida também pelos mesmos donos daqueles que intitulam seus cargos poder supremo da nação de todos.

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